Os festivais estavam mortos durante o fim da década de 70, sendo o último importante o “Abertura” de 1975, que trouxe Djavan e Luís Melodia ao grande público. Em 1980 a Rede Globo decidiu investir pesado num novo formato, com 4 eliminatórias e a grande final num Maracanãzinho abarrotado. Em 1980 eu não havia nem entrado na adolescência e lembro vagamente das eliminatórias (acho que eram às sextas-feiras), com muita música ruim, mas muitos artistas interessantes. Não via tudo mas cheguei a assistir alguns trechos. Como não lembrar das caras e bocas de Dusek? De arranjos maravilhosos? Apesar de não estar tão envolvido com música à época, o festival arrebatou os televisores e atenção de todo o Brasil. Pena que eu não tinha idade ainda para frequentar shows daquele porte. Mas a magia dos artistas que deixaram subsequentemente sua marca na nossa música oriundos deste festival é de uma qualidade incrível... Boas lembranças de um Rio de Janeiro bem mais interessante que o atual. Grandes memórias pessoais, saudade...Que me desculpem os moderninhos.
Razões
não faltam para adquirir os discos: desde as consagradas canções que saíram em
compacto e venderam muito, àquelas que não ficaram na memória do povo mas
igualmente fenomenais como “A Massa” de Raimundo Sodré – terceiro lugar –
“Festa da carne” (com uma letra de outro mundo) e “Essa tal criatura” -
defendida por Leci Brandão. Barra pesada para o júri de então. A meu ver a
final tinha pelo menos umas 7-8 canções com grandes chances de arrebatar o primeiro
lugar. Foi o último grande Festival junto ao MPB Shell de 1981. Nossa MPB é
mesmo a maior do planeta!!!
Minha
mãe havia adquirido posteriormente o compacto de “Agonia” – ganhadora do
festival e posteriormente incluída para
alavancar as vendagens do álbum daquele ano de Oswaldo – e se tornou até hoje
uma das minhas canções de sempre. Fui comprar o par de LPs muitos anos depois,
numa feira do Rio. Dois exemplares perfeitos. Um deles acabou autografado num
show numa noite de ouro em Copacabana por Amelinha! (vide foto). Comprei também
o exemplar da extinta revista Manchete daquele mês de agosto com uma matéria
ótima sobre a grande final. Encontrei também uma matéria bacana deste festival no blog: http://festivalesdempb.blogspot.com.br/search/label/1980
de Evangelina Maffei. Apreciem este grandioso registro de nossa música, amigos.
Crédito das fotos: Alvaro Az.
Crédito das fotos: Alvaro Az.
ENGLISH VERSION
Well, this pair of discs is also
part of my 5 favourite ones (and of most importance) as a music lover. And why?
The festivals were down during
the end of the 70´s, being the last important the so called "Abertura"
(1975), which brought Djavan and Luís Melodia to the general public. In 1980
Rede Globo decided to broadcast and invest in a new format with 4 qualifier dates
and the grand final in a crowded Maracanãzinho. In 1980 I had not even entered
the adolescence and I vaguely remember the playoffs (I think it was on fridays),
with a lot of bad music, but many interesting artists. I haven't seen everything
but I got to watch some excerpts. How not to remember the strange mood by Eduardo
Dusek? And their general wonderful arrangements? Despite not being trully
involved with music at the time, the festival snatched the televisions and
attention in all country. Too bad I wasn't old enough to attend concerts of
that size. But the magic of the artists who subsequently left their mark on our
music from this festival is of an amazing quality. Fond memories of a Rio de
Janeiro far more interesting than the current. Great personal memories and nostalgia.
I'm sorry, modern ones.
This festival was of fundamental
importance for the second generation of MPB - post Tropicalia, Bahia scene and
established artists like João Bosco, Gonzaguinha, Fagner, etc. - as it revealed names like Sandra de Sá - and her powerful
soul voice- Eduardo Dusek with his extravaganza and mis-en-scene, the late Jessé-
the best male voice in Brazil? (Incidentally, won as best performer with the
beautiful and eternal “Porto Solidão"), as well as consolidate artists
such as Oswaldo Montenegro -which had already won the third place in Tupi festival
in 1979 in duo with partner Jose Alexandre singing "Bandolins"-,
Amelinha – which sold 1 million copies with single "Foi Deus que fez você"
(a mark that I think no other national female singer achieved), a secure Fatima
Guedes , Joice – who returned to Brazil after a career in Japan - and many
other artists who had already stablished themselves on the brazilian market
such as Guilherme Arantes, Pepeu/Baby
and there we go.
There is good reasons to purchase
the disks: from the hallowed songs that came out in 7´ format and sold a lot to
those who didn't get in people's memory but also are phenomenal such "A
Massa" – which won third place –, "A festa da carne" (with
lyrics from another world!) and "Essa tal criatura" - advocated by
Leci Brandão. Such a hardcore work for the jury! In my opinion the final date had
at least 7-8 songs with great chances to snatch the first place. Was the last
major Festival also with the MPB Shell of 1981. Our music is really the
greatest on the planet!
My mother had purchased the single
"Agonia" – winner of the festival and later included to leverage the
sales on Osvaldo Montenegro´s album that year - and became even today one of my
songs ever. I went to buy this perfect nice pair many years later, at a record marquet
in Rio. One of them has just been signed in one night show in Copacabana by Amelinha! (see photo). I bought also a copy
of the extinct “Manchete” magazine´s August 80 edition with a great matter
about the festival. I also found a nice report about the subject on this blog: http://festivalesdempb.blogspot.com.br/search/label/1980 by
Evangeline Maffei. Enjoy this great piece of MPB music record, friends.Photo credits: Alvaro Az.