Confesso que o que ajudou a forjar minha simpatia por “Low” foi a íntima relação entre o som e a cortina de ferro que durou até a queda do muro de Berlim em 89. O álbum teve dois locais de concepção: O Château d'Hérouville na França e o Hansa Studios em Berlim - a cidade que dividiu o mundo em dois durante quase 3 décadas (Bowie passou a morar no bairro de Kreuzberg em companhia de Iggy Pop para desintoxicar-se). Tenho uma queda pelo Leste Europeu socialista, escuro, frio, enigmático, sei lá... Uma sensação parecida eu tive quando escutei a discografia do Ultravox - que também me remeteu à mesma concepção. Totalitarismo.
Sem ser fã de Bowie, me identifico com este disco por justamente sair de seu estilo. O disco parece uma bagunça sonora, mas consegue uma identidade pela participação de Brian Eno – que também teve papel fundamental na mudança sonora do U2 -e a ousadia forçada numa fase do cantor mergulhado no vício e buscando se apartar da realidade ocidental. No lado um destaco “Always crashing in the same car” e “A new career in a new town”. O lado dois...bem....é uma coisa. Eu diria que fica entre os 5 lados fundamentais da segunda metade da década, musicalmente em importância. É um marco na música pop, pois quebrou com tudo o que se esperava do Camaleão até aquele ponto de sua carreira. Sua sonoridade abriu as portas para o Techno-pop, o gótico - influenciando bandas como o Joy Division (cujo primeiro nome Warsaw foi retirado da faixa “Warsawa”) e todo o pós-punk.
A capa – sempre um must em se tratando de Bowie, remete ao filme de 1976 “O homem que caiu na Terra”, estrelando o próprio – e que vale a pena ser visto!
Nos últimos anos, duas edições reavivaram este disco: As edições “Low Live” com registros ao vivo das canções e “Low sessions” com as sessões de gravação do mesmo. Também foi editado no Brasil o livro homônimo do escritor Hugo Wilcken pela editora Cobogó (o qual pretendo adquirir) que fala tudo o que se precisa saber sobre a feitura do álbum.
Enfim, um disco para escutar num dia nublado, introspectivo. Para sair deste mundo louco. Bowie vive...
Créditos das fotos: 1- coleção particular / 2- site rockontro.org / 3- internet. [Quem souber o crédito correto por favor informe]. Segue uma relação de sites que falam sobre o álbum com algumas referências (vale a pena a leitura):
https://www.revistacontinente.com.br/secoes/resenha/livro-do-disco---low---de-david-bowie-
https://pt.wikipedia.org/wiki/Low_(%C3%A1lbum_de_David_Bowie)
https://www.musicontherun.net/2017/11/discos-para-historia-low-david-bowie-1977.html
https://rateyourmusic.com/list/CelticTiger/100-best-albums-of-70s/ (“Low” at 62nd place).
https://digitaldreamdoor.com/pages/best_albums70s.html (“Low” at 44th place).
https://www.thetoptens.com/best-david-bowie-albums/ (“Low” at 3rd place).
A capa – sempre um must em se tratando de Bowie, remete ao filme de 1976 “O homem que caiu na Terra”, estrelando o próprio – e que vale a pena ser visto!
Nos últimos anos, duas edições reavivaram este disco: As edições “Low Live” com registros ao vivo das canções e “Low sessions” com as sessões de gravação do mesmo. Também foi editado no Brasil o livro homônimo do escritor Hugo Wilcken pela editora Cobogó (o qual pretendo adquirir) que fala tudo o que se precisa saber sobre a feitura do álbum.
Enfim, um disco para escutar num dia nublado, introspectivo. Para sair deste mundo louco. Bowie vive...
Créditos das fotos: 1- coleção particular / 2- site rockontro.org / 3- internet. [Quem souber o crédito correto por favor informe]. Segue uma relação de sites que falam sobre o álbum com algumas referências (vale a pena a leitura):
https://www.revistacontinente.com.br/secoes/resenha/livro-do-disco---low---de-david-bowie-
https://pt.wikipedia.org/wiki/Low_(%C3%A1lbum_de_David_Bowie)
https://www.musicontherun.net/2017/11/discos-para-historia-low-david-bowie-1977.html
https://rateyourmusic.com/list/CelticTiger/100-best-albums-of-70s/ (“Low” at 62nd place).
https://digitaldreamdoor.com/pages/best_albums70s.html (“Low” at 44th place).
https://www.thetoptens.com/best-david-bowie-albums/ (“Low” at 3rd place).
Fala Álvaro. Tem alguns artistas que dá um pouco de vergonha de dizer que não gostamos. O Bowie é um desse pra mim. Sei da sua importância mas pouco fui a fundo na obra dele. Apesar disso Young Americans é uma das músicas que está na playlist da minha vida. Ganhei 6 cds dele e ainda não ouvi. Vou aproveitar sua postagem apaixonada e fazer essa incursão.
ResponderExcluirCreio que Bowie precisa ser curtido pela sua qualidade como cantor e compositor...sem necessariamente catalogar seus discos como obras-primas. Mas é inegável sua importância na música pop e seus Greatest Hits estão aí pra serem analisados e apreciados. Abraço.
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