[post em: 21/JUL/16]
Este é mais um tributo meu a uma
das bandas que contribuiu para meu gosto e opção musical ao longo dos anos. Um
dos 5 álbuns fundamentais da minha existência também. O trio vocal mais famoso
de todos os tempos, os irmãos Gibb. Este disco foi escolhido porque, além de
servir como um resumo da primeira fase da banda, foi o único registro musical que
tive nos 3 formatos: k7, vinil e optei por ficar com o atual em cd. Os Bee Gees
foram meus primeiros professores, eu diria.
Ao
contrário de álbuns ao vivo em que o público nem mesmo é captado com clareza e
se tem a impressão de se estar escutando um disco de estúdio comum – como no
caso do “Arena” do Duran Duran – este é quente, bem mixado, e o burburinho está
lá para se sentir parte do show.
A banda
já estava no caminho sem volta do rhythm´n´blues desde o “Main course” de 1975 (para mim o
melhor deles) e em 1976 consolidou esta opção com “Children of the world”. Partiram
para uma turnê e deixaram este registro impecável gravado em Los Angeles em 20
de dezembro de 1976. Na verdade, se poderia escrever sobre todas as faixas mas
resolvi dar um highlight nos grandes momentos deste disco duplo.
Disco 1: A abertura de “I´ve gotta get
a message to you” com metais traz o público numa explosão receptiva que
contagia, enquanto Robin entoa os primeiros versos. Esta canção não é das
preferidas do público, mas funciona muito ao vivo devido a seu arranjo que traz
elementos como o country, por exemplo. “Love so right” é minha balada predileta
e o público feminino vem abaixo com o falsete de Barry, sua marca registrada. É
uma versão que – creio – nunca conseguiram igualar, pois o arranjo de vozes do
fim da canção – com Maurice (não tenho certeza) pontuando os trinados de Barry
já vale o disco. Prestem atenção. Maravilha.
“Come on over” traz Robin transformando uma música balada country normal
num crescendo com sua voz distinta. Muito superior à versão em estúdio. Olivia
Newton John creio já a havia gravado também, mas não há como comparar. Virando
o lado (rs) temos o meddley anunciado por Barry que passou a fazer parte de
todos os shows dos irmãos – trazendo o material pop- romântico deles de sua fase
pré-balanço. Já vale o disco (de novo) com destaque para o impecável arranjo
vocal da sinistra “New York mining disaster
1941” e o hino de Robin “I started a joke”. Depis do meddley, este set fecha
com chave de ouro com a mulherada caindo de prantos com o falsete de Barry que
marcou pra sempre a linda “How can you mend a broken heart”. Esta desde já um
dos pontos altos de shows do trio.
Disco 2: O lado 3 é o
mais “fraco” dos 3, com ênfase no balanço em 3 músicas da fase mais moderna do
trio e fechando com o grande momento de Barry – “Words”, outra que não pode
faltar nunca. O último lado é poderoso,
com destaque para a banda de apoio e traz os dois principais hits do já citado
álbum de 1975. “Wind of change” traz um falsete de outro mundo (!) de Maurice –
que sabia como ninguém pontuar o que os outros dois faziam nos vocais
principais – e os metais pegando fogo. A minha canção pop preferida deles vem em
seguida. “Nights on Broadway” traz uma
mensagem da noite, das ruas, de vivência. Já era poderosa em estúdio e ficou
ainda mais aqui. Há espaço para os três brilharem e merece atenção redobrada.
Notem como Barry muda de entonação vocal como somente um mestre é capaz de
fazer. Robin entra na “bridge” antes do refrão com uma afinação impecável e
Maurice tem o seu ponto alto do show com um falsete que começa terminando os
versos de cada refrão até explodir numa estridência típica deles lá pelo final.
Uma apoteose. A triste mas linda balada “Lonely days” fecha o disco com o
bye-bye da banda e a sensação de que esta turnê foi – pelo menos nos arranjos –
a melhor da história da banda.
Há vasto material do trio na
Internet e não quero discorrer muito. Apenas a citação de que, depois dos
Beatles, foram a única banda com 3 músicas no top five dos Estados Unidos no
final dos anos 70, ajudaram a estabelecer a onda disco sem nunca perder as
raízes pop e country, flertaram com o rhythm´n´blues e marcaram gerações. Compre para ontem se for escolher apenas um item
da discografia da banda. Saudações.
crédito das fotos: A. Andrady.
ENGLISH VERSION
This is another tribute to one of the bands
that contributed to my taste and musical option over the years. One of the 5
albums of my existence, too. The most famous vocal trio of all time, the
brothers Gibb. This album was chosen because, in addition to serve as a summary
of the first phase of the band, was the only musical registry I got in 3
formats: k7, vinyl and I chose to stay with the cd format. They were my first
teachers, I'd say.
Unlike live albums which the audience is not captured
with clarity and you have the impression to be listening to a common studio work
– as in the case of "Arena" by Duran Duran – this is hot, well mixed,
and the buzz is there to make you feel part of the show.
The band was already on the path of no return by
choosing rhythm´ n´ blues since the "Main course" of 1975 (for me the
best one) and in 1976 consolidated this option with "Children of the
world". They went on tour and left this impeccable record registered in
Los Angeles in December 20, 1976. In fact, one could write about all the tracks
but I decided to give a highlight on the big moments of the double disc.
Disc 1: the opening "I've gotta get a message to you with horns brings the audience in a contagious
explosion, while Robin sings the opening lines. This song never was a public's
favorite, but it works very well live due to its arrangement that brings such
elements as country, for example. Next "Love so right" is my favorite
ballad and the female audience went mad with Barry´s falsetto, his trademark.
Is a version that – I believe – they never equaled again live because of that voice
arrangement here. Maurice (not sure) punctuates the trills of Barry making the
record worths the price. Pay attention. Wonderfull. "Come on over" features Robin
transforming a normal country ballad music into something big with its
distinctive voice. Far superior to the studio version. Olivia Newton John I
believe already had recorded that tune, but there's no way to compare. Turning
the side (rs) we have the meddley announced by Barry that became part of every
show of the brothers – bringing them pop material throughout their earlier
phase to the stage. Worth the price (again) with the impeccable vocal
arrangement of the sinister "New York mining disaster 1941" and Robin´s
anthem "I started a joke". After medley is gone, this set closes with
a golden key with the chicks in tears with Barry´s falsetto which marked forever the beautiful "How can you
mend a broken heart". This already shows one of the high points of the
trio.
Disc 2: the side 3 is the less interesting,
with emphasis on disco sounds in 3 songs and closing with the great moment of
Barry -"Words" (another that cannot be out of their gigs). The last side is powerful, especially the work
of the backing band and shows the two
main tracks of the aforementioned album of 1975. "Wind of change"
brings a falsetto (from another world!) by Maurice – who knew well how to punctuate
what the other two did in lead vocals - and the horns & brass on fire. My
favorite pop song of them comes next. "Nights on Broadway" brings a message
of the night, the streets and of human experience. That track was already
powerful in studio and became even more here. There's room for the three musketeers
shine and deserves attention. Notice how Barry changes his vocal intonation as
only a master can do. Robin enters the bridge with an impeccable tuning and
Maurice has its high vocal point of the show with a modulation in falsetto that
starts by the ending of the verses until he explodes in a typical stridency. An apotheosis. The sad but beautiful ballad
"Lonely days" closes the disc with the bye-bye and the feeling that
this tour was – at least in the arrangements – the best in the band's
history.
There are vast material of the trio on the
Internet and I don't want to talk much. Only quote that, after the Beatles, they
were the only band with 3 songs in the top five in the United States at the end
of the 70´s, help to stablish the wave disco era without ever losing the roots in
pop and country, flirted with the rhythm n blues ´ and scarred
generations. Buy this item if you choose
just one of their discography. Greetings.
photo credits: A. Andrady.
photo credits: A. Andrady.
E deixaram Staying Alive de fora do show? Alguns fãs devem ter sofrido com isso...
ResponderExcluirEm termos de falsete na música pop é realmente difícil superar esse trio.
O que ocorre, Alexandre, é que esta turnê foi de 77..."Os embalos..." só vieram no ano seguinte, ou seja, é um trabalho posterior deles. Valeu a visita!
ResponderExcluirEsta turnê foi no final do ano de 1976. As canções do álbum Saturday Night Fever, foram executadas ao vivo pela primeira vez na turnê Spirits Having Flown, que foi realizada em 1979.
ResponderExcluirExiste o áudio deste mesmo album ao vivo, Here At Last, porém sem a edição e mixagem de pós produçao realizada em 1977. O áudio puro e cru, vindo direto da mesa de som e do programa de rádio que transmitiu o show ao vivo na época é ainda melhor.
Muito boa as suas ponderações sobre este marco da carreira dos Bee Gees.
Veja o novo album solo de Barry Gibb, que com o seus quase 70 anos, lança agora em 07/10/2016, o trabalho solo IN THE NOW.
Nilton, sou grato pelas observações, pela dica e pela sua visita. Volte sempre ao blog...saudações!
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