terça-feira, 16 de agosto de 2016

Born Sandy devotional - The Triffids (1986).

[post em: ABR/16]
            Os Triffids (cujo nome foi inspirado numa novela pós-apocalíptica) foi um grupo formado pelo vocal e compositor David McComb em Perth, Australia, em 1978. A banda, que gravou 5 álbuns de estúdio e vários EP´s ao longo de sua trajetória, teve seu ápice com este disco. Este seu segundo álbum – com a banda já como um sexteto após várias formações - foi gravado em 1985 em Londres e mixado em Liverpool na tentativa da banda de furar as fronteiras de seu país e atingir o estrelato internacional. Em janeiro de 85 o semanário NME londrino já havia previsto que eles seriam o próximo sucesso – tal como ocorreria com o Suede em 93 – cujo caminho para tal se consolidou com a banda abrindo shows para o Echo & the Bunnymen e tocando em vários outros festivais famosos do continente europeu antes da gravação desta obra.
            O lançamento pela gravadora Rough Trade se deu em 1986 catapultada pelo single Wide open road que atingiu o posto 26 na parada britânica, enquanto que o álbum figurou nos 30 mais. Esta canção em particular figura entre as 30 maiores(!) músicas australianas de todos os tempos de acordo com a Associação Australiana APRA. David McComb morreu em 1999 (dez anos após o fim da banda) de complicações de um transplante de coração junto à efeitos da heroína. Não pôde ver a banda incluída no Hall of Fame de seu país em 2008.
            Born Sandy devotional - cujo título se deve a uma canção não incluída no disco – ocupa a quinta posição(!) entre os 100 melhores álbuns da indústria fonográfica da Austrália (outubro de 2010), o que não é pouca coisa com nomes como o AC/DC e o Midnight Oil entre os 5 primeiros.  A Melody Maker citou que o disco era “um clássico...com dez canções sobre vida e amor numa paisagem hostil sub-tropical” enquanto o NMExpress citou a obra como “um clássico...música para ser levada a sério”. A Sounds usou de palavras como “milagre” ou “harmonia de beijos curadores” em sua resenha na qual dizia que era de longe o mais brilhante álbum do ano de 1986.


            Sobre o disco, menciono alguns destaques: além da já clássica Wide open road, outras de destaque são The Seabirds com seu clima de praia, uma guitarra marcante pontuando as estrofes e a  estória de um casal em crise. Life of crime tem excepcional trabalho de cozinha, num tema de arranjo climático como um filme noir e bem poderia ter sido tema para qualquer documentário ou filme de gângsters;  Stolen property traz uma interpretação “raçuda” de David. Mescla ao mesmo tempo solidão e confinamento, amplitude e vastidão...Tivesse o cineasta Win Wenders aguardado mais 4 anos e teria nesta canção um belo tema para seu filme “Paris, Texas” (de 83).; Personal things mostra de que forma os Doors influenciaram não só os Bunnymen: num ótimo trabalho de Graham Lee e Jill Birt nos teclados, a banda lembra o clima presente no álbum “Strange days” e bebe nos timbres marcantes de Ray Manzarek. Tender is the night é apontada como algo autobiográfica e cantada pela tecladista Birt, fechando o álbum e acompanhada por David. Tarrilup bridge segue a mesma linha. 
            Creio que apenas Born... e Calenture saíram no Brasil. Esta edição é nacional de 1987 e pertenceu à rádio Alpha (não sei de que estado é e com um número fixado 1884 típico de arquivos de mídia de rádios ou afins). O encarte é bem bacana, pois, além de trazer as fantásticas letras vem também com um encarte-envelope trazendo fotos de seus integrantes a cores. Eu havia vendido minha edição em 2011 no que eu chamei de “grande tarde escura” porém pensei seriamente em comprar novamente após assistir a uma série de documentários de 2007 sobre os grandes álbuns australianos de música pop.
            A All Music Guide (AllMusic), através de seus usuários, deu 4 1/2 (em 5 estrelas) a este álbum.  O jornal britânico The Guardian deu 4 (em 5 estrelas). Fonte: https://en.wikipedia.org

ENGLISH VERSION

            The Triffids (whose name was inspired by a post-apocalyptic novel) was a group formed by vocals and songwriter David McComb in Perth, Australia, in 1978. The band, who recorded 5 studio albums and numerous EP's ´ throughout its history, had its zenith with this album. This second album - with the band as a sextet after several formations - was recorded in 1985 in London and mixed in Liverpool on the band's attempt to break-out the borders of their country and make into international pop-stardom. This year (in january) the londoner weekly NME had already predicted that they would be the next big thing – as would occur with the Suede in 1993 – whose path to such effort was consolidated by opening for Echo & the Bunnymen and playing in several other famous Europe festivals before the recording of this work.
            The release by record label Rough Trade took place in 1986 catapulted by the single Wide open road that ranked #26 in the UK charts, while the album reached position #27. This particular song is among the 30 biggest (!) Australian songs of all time according to the Australian Association APRA. David McComb died in 1999 (ten years after the end of the band) of complications from a heart transplant alongside  the effects of heroin. He could not see the band included in the Hall of Fame of his country in 2008.
              On the disc, I mention some highlights: in addition to the now classic Wide open road, other interesting tracks are The Seabirds with their beach “mood”, a striking guitar scoring the stanzas and the story of a couple in crisis. Life of crime has exceptional drum/bass work, a theme of climatic arrangement as a film noir and could well have been subject to any documentary or gangster movie;  Stolen property brings a great interpretation by David - it merges at the same time loneliness and confinement, breadth and vastness. Had the german filmmaker Win Wenders awaited more 4 years and would have in this song a beautiful theme for his film "Paris, Texas" (83).; Personal things shows how the Doors have influenced not only the Bunnymen: a great work of Graham Lee and Jill Birt on keyboards, the band remembers the climate present in Doors songs like “People are strange” and drink in the tones of Ray Manzarek. Tender is the night is pointed as a autobiographical song and sung by keyboardist Birt, closing the album.
            Born Sandy devotional - whose title is of a song not included on the album – occupies the 5 (fifth!) position among the 100 best albums of the music industry of Australia (October 2010), which is no small feat with names such as AC/DC and the Midnight Oil between the first 5 on list. The Melody Maker cited that the record was "a classic ... with ten songs about life and love in a hostile sub-tropical landscape" while the NMExpress cited the work as "a classic music to be taken seriously". The Sounds used words like "miracle" or "harmony kisses" in his review and stating that this was by far the most brilliant album for the year of 1986.
            I think only Born... and Calenture were released in Brazil. This 1987 edition is brazilian and belonged to Alpha Radio (from which Brazil state I don´t know) with an “1884” adhesive fixed number typical of radio media files or the like. Alongside the record it comes with the fantastic lyrics sheet and an insert bringing color photos of its members. I had sold my edition in 2011 in what I´ve called “the big dark afternoon” but I thought seriously to buy it again when watching a 2007 documentary series  about the great Australian albums in pop music...  



6 comentários:

  1. Já coloquei o amizaDEvinil na lista de blogs do www.atituderocknroll.com.br

    Abraço

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  2. Novidade para mim essa banda. Vou procurar algo no youtube para conhecer. Achei muito massa a capa do disco.

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    1. Sim, é bonita mesmo. O disco vale a pena, mesclando pop songs com canções mais sombrias. Saudações.

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