sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Night people - Classix Nouveaux (1981).

 
Este é um grupo inglês formado em 1979 (UK) e que teve relativo sucesso na Europa, tendo inclusive feito vários shows no Leste Europeu ainda na época em que poucos se aventuravam para além da cortina de ferro comunista. Inclusive tiveram algumas músicas no topo da lista de alguns destes países como Polônia e a antiga Iugoslávia. Tendo como destaques e como dupla de compositores seu líder e vocal Sal Solo e o baixista Mick Sweeney. O grupo foi inserido no movimento NEW-ROMANTIC do início dos anos 80 junto a grupos como Duran Duran, Spandau Ballet e Flock of Seagulls, sendo, porém, mais dark, denso e explorando muito bem o visual de vampiro de boutique de Sal Solo junto à onda fashion que acompanhou todo o movimento e foi um dos chamativos da banda.


“Night People” é o debut da banda, de 1981, tendo alcançado a posição 66 na parada inglesa. Foreward abre instrumentalmente o disco, climática e dark. Guilty é o hit radiofônico e presença certa em pistas de dança dos anos 80, com o falsete característico do vocal, baixo marcante e o riff de guitarra super bem manjado. Segue com Run Away que é agitada e demonstra toda a capacidade vocal de Solo - abusando de agudos - e com os backings precisos de seus membros, porém, sem estar entre as mais fortes deste trabalho. A Guerra Fria entre a então URSS e os EUA à época é tema muito interessante de duas músicas: A) Every home should have one, onde a letra discursa sobre o grampo em telefones nos lares de indivíduos, a espionagem e a falta de individualidade. B) Tokyo foi lançada como single e cita as 2 grandes potências como nações impotentes para deter o avanço tecnológico e mercadológico da indústria nipônica. 623 é um instrumental breve em que Solo utiliza uma pianola de mão e teve um clipe interessante valendo-se de um filme de terror em preto-e-branco. Or a movie explora o tema da solidão nos tempos modernos com grande arranjo coletivo e traz um som de relógio num tic-tac em seu início e fim. Inside outside foi o terceiro single do trabalho e tem ótimos vocais de apoio e parece também remeter à liberdade dos sonhos numa dura fase da sociedade. No violins, no sympathy tem um refrão muito bom e excepcional harmonia. Dois grandes petardos são Soldier com seu refrão de guerra, grande apoio vocal (de novo) e trabalho de bateria. A curiosidade fica por conta da introdução via teclado cuja harmonia lembra o tema de 2001 de Kubrick...A melhor do disco é justamente a última: Protector of night é dark, com excelente arranjo, retratando algo como um pesadelo e Solo em uma interpretação gutural, digna de nota. Tranquilamente poderia ser o tema de abertura da série “Salem”, ao invés da proposta pelo xarope Marilyn Manson.
 


A banda durou apenas 3 discos (até 1985) e vários singles, tendo destaque em países como Portugal, Israel...e alguma presença na parada do Reino Unido através da já citada Guilty, Is it a dream (top 20) e Never again. Uma banda que poderia tranquilamente ter avançado mais década adentro, não ficando a dever nada a seus compatriotas de movimento. Teve pelos menos os dois primeiros álbuns lançados por aqui. Indico este álbum a quem curte bandas como o The Mission, Sisters of mercy e afins... Minha cópia é portuguesa da época.

A All Music Guide (AllMusic), através de seus usuários, deu 4 (em 5 estrelas) a este álbum. Fonte: https://en.wikipedia.org. Foto1,2: acervo pessoal, Foto3: Jay Myrdal (internet).

Para quem curte os anos 80, indico o Projeto AutoBahn (SP) com muita coisa sobre a música e a mídia da década em http://www.autobahn.com.br/index.html

English version: 
 This is an English group formed in 1979 (UK) and had relative success in Europe, and even made several shows in Eastern Europe still at a time when few had ventured beyond the Communist iron curtain. Even had some songs at the top of the list of some of these countries like Poland and the former Yugoslavia. Having as highlights and mainly composers vocal Sal Solo and bassist Mick Sweeney.

The Group was inserted into the NEW-ROMANTIC movement of the early 80´s with groups like Duran Duran and Spandau Ballet, but more dark, dense and exploring very well the vampire figure of Solo next to the boutique fashion wave that accompanied the entire movement and was one of the band´s eye-catching.

"Night People" is the 1981 debut album of the band, having achieved the position #66 on english charts. Foreward opens instrumentally the album, darkly and climatic. Guilty is the radio hit, a right presence in dance floors of the decade with the characteristic falsetto vocals, bass and the easy-led guitar riff. Follows with Run Away that is stirred and demonstrates all the vocal ability of Solo (treble abusing) and with the precise backing-vocal of its members, however, without being among the strongest of this work. The cold war between the USSR and the USA at the time is a very interesting theme of two songs: A) Every home should have one, where lyrics speak about the individual home´s clip on phones, espionage and the lack of individuality. B) Tokyo was released as a single and cites the 2 great powers as nations so powerless to stop the technological advancement and marketing of Japanese industry. 623 is a brief instrumental in which Solo utilizes a hand-piano and had at the time an interesting clip using a horror movie in black and white. Or the movie explores the theme of solitude in modern times with great collective arrangement and brings a sound of a clock ticking in its beginning and end. Inside outside was the third single from work and has great backing vocals relating to such freedom of dreams in a tough stage of society. No violins, no sympathy has a very good and exceptional harmony chorus. Two big firecrackers are Soldier with his war chorus, great backing vocals (again) and drum work. Curiosity is an introduction via keyboard whose harmony reminds me of Kubrick's 2001 theme ... The best of the album is just the latest: Protector of night is dark, with excellent arrangement, portraying something as a nightmare and Solo in a throaty interpretation, worthy of note. Easily could be the open theme for the serie "Salem", instead of the proposal by Marilyn Manson syrup… The band lasted only 3 albums (until 1985) and several singles, having featured in countries such as Portugal, Israel and some presence in the United Kingdom charts with already cited Guilty, Is it a dream (top 20) and Never again. A band that could easy have lasted more years though the decade, owing nothing to their new-romantic pals. They had at least the first two albums launched in Brazil. I nominate this album to anyone who´s into bands such The Mission, Sisters of mercy and the likes ... My copy is a portuguese one (from Portugal).

Allmusic guide (AllMusic), through its users, gave 4 (5 stars) to this album. Source: https://en.wikipedia.org. Photo1,2: personal collection, Photo 3: Jay Myrdal (internet).













 


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Let the snakes crinkle their heads to death - Felt (1986).


                Quem não sabe da existência do FELT, vale dizer que é uma banda oitentista de Birmingham (UK) e que teve seu centro na figura de Lawrence (na foto p&b), seu líder, guitarrista e compositor. A banda lançou 10 álbuns e 10 singles ao longo da década com muita rotatividade em sua formação, destacando-se o EXCEPCIONAL guitarrista Maurice Deebank, responsável por texturas únicas com suas semi-acústicas. Lawrence foi influenciado – até no nome da banda – pelos americanos do Television de Tom Verlaine e gravaram os trabalhos por três independentes inglesas nesta ordem: Cherry Red, Creation e ÉL. Não vale a pena falar de letras ou melodias, visto que o vocal preguiçoso presente mais como acompanhamento nas canções não é digno de nota. Mas as harmonias...aí sim, é onde a banda deixou seu legado e influenciou bandas como o Belle & Sebastian nos anos 90. A banda também primava pelas excepcionais capas de seus álbuns – principalmente nos trabalhos com a Cherry Red Records.

Este álbum é de 1986 – primeiro pela Creation records – e retrata canções curtas, bem estruturadas em sua concepção de singeleza e simplicidade. Não é considerada uma obra de extrema importância, pois sua obra-prima se daria no álbum seguinte (Forever breathes the lonely word) segundo uma própria fonte da Creation Records. Claro, isso sem falar dos 4 primeiros trabalhos maravilhosos com o já citado Deebank. Let the snakes... é um de seus dois álbuns instrumentais e...dura APENAS 19 minutos! Evoca para mim, acima de tudo, espiritualidade, infância, utopias, momentos, desejos, bem-estar...imagens, imagens e...imagens! É o que a banda nos brinda com este trabalho. Lawrence pela primeira vez tocou todas as guitarras num álbum e as faixas foram compostas depois de Ignite the seven cannons. Vale a pena mencionar que este disco figura em listas de melhores álbuns de audiófilos como o do colega do Reino Unido Adrian Denning (http://www.adriandenning.co.uk/extra/top100.html). O que achei interessante ao escrever esta resenha foi escutar as canções e não falar muito de estruturas de composição, deixando o imaginário funcionar e compartilhar o que algumas delas me remetem. Vamos lá...

Song for William S. Harvey lembra um destes filmes engraçados do diretor francês Jacques Tati (Meu tio, As férias do Sr. Hullot) ou bem poderiam ilustar cenas de filmes de Chaplin. Ou um carro rodando numa estrada numa tarde ensolarada de verão. Uma delícia e grande trabalho dos teclados. Ancient city where I lived parece ter sido retirada da atmosfera dos sons de uma cidade litorânea, inclusive com sons de pássaros. E que guitarra matadora! The Seventeenth century traz um maravilhoso entrelace de teclados e guitarra que fica densa do nada e te faz gravitar entre lembranças boas do passado. Uma das mais sublimes da banda. The Palace remete a uma era vitoriana com camadas sonoras que se sobrepõem. Jewel sky parece mais uma vinheta – imagine estar num agradável café em Paris ou Buenos Aires com aquela confusão de transeuntes para cá e para lá na avenida...vc escolhe... Viking dress é de um teclado marcante e me lembra a infância e toda a sua magia, profunda de sentimentos e pureza. A utopia das amizades. Sapphire mansions remete ao clima do início do disco - prá cima, com arranjo cheio e o clima da cidade grande e seu vai-e-vem interminável. E cada um que conte o que lhe vem à mente!




O FELT não teve grande sucesso fora da Europa, apesar de ser cultuada e de ter colocado um número 1 nas paradas britânicas com a brilhante “Primitive Painters” de 1985 ( do único álbum lançado no Brasil). Aos que querem conhecer a banda melhor, comece pelos 2 primeiros discos, um estrondo. Por exemplo, em minha opinião eles conseguiram compor o melhor tema instrumental da década, com “Serpent Shade”. Foi praticamente a única banda da qual não tive coragem de me desfazer de nenhum item em 2011 quando dei uma “limpa” em minha coleção. Uma banda (ao lado dos Smiths) que me influenciou no foco em composições simples. Boa viagem e um viva à mágica da música com esta pequena obra-prima...
Veja a biografia da banda em: http://www.adriandenning.co.uk/feltbiog.html

Para quem curte os anos 80, indico o Projeto AutoBahn (SP) com muita coisa sobre a música e a mídia da década em http://www.autobahn.com.br/index.html.

Outras matérias interessantes em blogs:
http://sergiocostagomes.blogspot.com.br/2010/02/felt.html
http://www.beatrix.pro.br/mofo/felt.htm

ENGLISH VERSION:
Those who do not know of the existence of FELT, I tell you it's an 80´s band of Birmingham (UK) and had its center in the figure of Lawrence, their leader, guitarist and composer. The band released 10 albums and 10 singles throughout the decade with a lot of turnover in its formation, highlighting the exceptional guitarist Maurice Deebank, responsible for unique textures with his acoustic guitar. Lawrence was influenced – even in the name of the band-by Tom Verlaine of Television and recorded the work for three British independent labels in this order: Cherry Red, Creation and Él.
 
It's not worth talking about lyrics or melodies, as their sound is full of lazy vocals accompaniment to the songs and not worthy of note. But the harmonies ... then Yes, it is where the band left their legacy and influenced bands such as Belle & Sebastian in the 90´s. The band was also exceptional on their album´s cover subject -mainly in the work with the Cherry Red Records.
 
This album is from 1986 – first by Creation records - and portrays short songs, well-structured in its design simplicity and singleness. Is not considered a work of the utmost importance, because their masterpiece would rest on the next album (titled Forever breathes the lonely word) as told by a source of Creation Records itself. Of course, not to mention the 4 early wonderful works with the aforementioned Deebank.
 
Let the snakes... is one of their two instrumental albums and ... only lasts 19 minutes! Evokes for me, above all, spirituality, childhood, utopias, moments, wishes, welfare ... images, pictures and pictures! That's what the band gives us with this work. Lawrence for the first time played all guitars in an album, and the tracks were composed after Ignite the seven cannons. It is worth mentioning that this record figure on lists of best albums of audiophiles as the colleague from the United Kingdom Adrian Denning (a hard FELT fan). What I found interesting when writing this review was to listen to the songs and not talk so much about composition structures, leaving the imagination to work and share what some of them refers to me. Let´s go...
 
Song for William S. Harvey reminds me one of these funny movies from french director Jacques Tati (My uncle, The vacation of Mr. Hullot) or might as well illustrate Chaplin movie scenes…or a car running on a road on a sunny summer afternoon. Dellicious and great job of keyboards. Ancient city where I lived seems to be retract from the atmosphere of a seaside town, including sounds of birds. What a killing guitar! The Seventeenth century brings a wonderful weave of keyboards and guitar that is dense and makes you gravitate between good memories of the past. One of the band´s most sublimes. The Palace refers to a Victorian era with overlapping sound layers. Jewel sky looks more like a sticker-imagine being in a cosy café in Paris or Buenos Aires with that confusion of passers-by on the promenade ... you choose… Viking dress has a remarkable keyboard and reminds me of childhood and all its magic, deep feelings and purity. The utopia of friendships. Sapphire mansions refers to the climate in the beginning of the album - up, with full arrangement and the climate of the big city and his endless back-and-forth. And each of you tell me what comes to your minds.
FELT hadn´t great success outside Europe, in spite of being worshipped and have placed a number 1 in the UK charts with the brilliant "Primitive Painters" in 1985 (the only album released in Brazil). Those who want to know the band better, start with the 2 first albums, a bang. In my opinion, they have managed to compose the best instrumental theme of the Decade, with "Serpent Shade". It was virtually the only band which I didn't have the heart to get rid of any item in 2011 when I gave a clean in my collection. A band (alongside the Smiths) that influenced me in focus on simple compositions. Have a good trip and a long live the magic of music with this little masterpiece.
See biography at: http://www.adriandenning.co.uk/feltbiog.html

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

XV Feira de vinil - Instituto Bennet, 08 de novembro.


              Mais um dia feliz. Ou um dia de fúria, tal o enxame de pessoas que já se acotovelavam nos stands nas primeiras horas... E assim permaneceu até – pelo menos – umas 18:30 hs. Foi a XV feira de vinil no Instituto Bennet. Muitos expositores novos se fizeram presentes, como o pessoal da Engenharia do Vinil (Centro SP) e a Informal discos (que faz parceria atualmente com a Mara Records). Outros da capital paulista que já tem participação tradicional como a Zoyd (da galeria do Rock) e a BigPappa Records se fizeram presentes. Outros destaques foram a Sensorial Discos (SP) que trouxe lp´s lacrados da última geração indie, a  Zoeira (SP) com seu tradicional furgão azul,  a já famosa Tropicália (com seu staff super gente boa), o Jerry (com seus itens sempre bem cuidados) e a Renaissence da Tijuca entre mais de 60 expositores.
 
 
                A feira organizada pela Satisfaction Discos (RJ) trouxe como plus 2 ex-integrantes da banda setentista Azymuth (foto acima) que estiveram pelos corredores dando a esta edição um charme especial.  Eles receberam o troféu Feira do Vinil do Rio 2015 das mãos do organizador do evento, Marcelo (ao fundo na mesma foto). Junte-se a isto a venda de camisetas, cds, dvds e discotecagem na área 2 (pátio) e teremos os ingredientes ideais para um dia inesquecível para os fãs da bolacha negra. 

 
Ézio da Zoyd discos (esquerda) e Lúcio da Sensorial discos (direita) 

                Também agora – e para futuras feiras – o Instituto serve almoço na própria cantina do local, o que é garantia de conforto para os ávidos garimpadores que não querem se afastar de seu local sagrado nem perder tempo em dias como estes nem mesmo para encher a pança...! Fica apenas a ideia – se já não está sendo feito – para que a organização possa publicar na rede a doação para a Casa de Francisco de Assis dos alimentos não perecíveis que é pedida como entrada para o evento. Transparência é sempre bom nestes casos, certo?

                           
                             Junto ao batera do Azymuth (Mamão) e perdido no paraíso.

                Sem dúvida - e mesmo sem conhecer muitas - esta está entre as 3 melhores feiras de vinil do  país. Seguem os itens comprados:
  • Born sandy devotional - The Triffids;
  • Roupa nova (83);
  • Choque - Kiko Zambianchi;
  • The greatest hits of the Lovin´ Spoonful (import);
  • Main course - Bee Gees;
  • Tudo passará - Nelson Ned;
  • Autobahn (capa azul) - Kraftwerk;
  • A la demand espéciale - Charles Aznavour;
  • Speak like A child - The Style Council (compacto import);

 









 

 

 

 

 

 


 

 








sexta-feira, 30 de outubro de 2015

GA, 1979 - Guilherme Arantes.

                Escrever sobre Guilherme Arantes é uma dívida para mim. Artista hoje reconhecido pela sua obra a qual dispensa comentários na história da moderna MPB, é o artista a que mais shows pude assistir...
Voltando no tempo, como não se maravilhar com sua figura – adolescente que eu era – com as madeixas irrequietas, as caretas, o corpo saltando do piano como um ensandecido. Alguns artistas chamavam a atenção muito pelo visual ou gestual, como ele, Belchior ou – óbvio – Ney Matogrosso...e era muito bom aguardar Guilherme mostrar o sucesso do momento no Globo de Ouro da TV Globo! 
Guilherme Arantes teve esta primeira fase de sua carreira marcada por canções de revolta teenage urbana– nada a se estranhar para um jovem vivendo os loucos anos 70, saído de uma banda progressiva numa cidade como Sampa e seguindo uma carreira contrária ao desejo de seus pais. O ápice desta primeira fase irada e brilhante (que considero entre 1976 a 1980) foi o álbum “Coração Paulista”, de 1980.

Este disco de 1979 pela Warner - e com produção do ex-mutante Liminha - tocou pouco nas rádios. Houve dois compactos distintos lançados como “singles”. Um contendo Estrelas / Biônica (sem foto de capa) e outra com estas duas mais Êxtase e Só o prazer (com a reprodução da foto do LP mesmo). Também teve a posterior reedição mais do que merecida em cd com a inclusão da faixa “Estatísticas” que esteve presente num festival de 1979. 
O álbum abre com a marchinha Loucos e Caretas, num dueto com Emilinha Borba, que, apesar de ser de geração distinta, funciona e muito. Pra cima, com os dois dialogando de forma irreverente, é um bom cartão de visitas trazendo um teclado super alegre. Logo em seguida vem Só o prazer, que penso não ter ficado mais na memória do público por falta de trabalho nas rádios por parte da gravadora ou mesmo pelo refrão lá-lá-lá que pode não ter agradado a alguns. Mas é uma canção pop bem construída e esteve presente em algumas coletâneas de sucessos do compositor. Seguindo temos dois petardos – as baladas Entre eu e você e Hei de aprender. E, creia-me, estão entre as baladas mais lindas de sua carreira com letras maduras com relação à pessoa amada (a primeira) e uma reflexão profunda sobre o ser humano (a segunda, onde solta a voz). Já valem o disco! Fechando o lado A, A cor do cacau traz, como o próprio título já dá a pista, uma harmonia de verão bem praiana, cujo teclado me lembra até um toque de Hawaii. 
O lado B abre com o petardo Êxtase, que até hoje toca nas FMs e é tema de casais apaixonados pelo Brasil afora. A lira de um caboclo é um aparte no disco, apenas cordas e voz, num clima “provençal” onde o autor fala de sua relação com a música. Bom dia retrata em música o que seriam cenas do cotidiano de um sujeito numa grande metrópole...curiosa, prá cima e agitada. A bandinha vem logo em seguida, (será que faz parte das memórias de Guilherme?) com um côro infantil irresistível e que já prenunciava trabalhos dele para o público mirim de grande sucesso como foram “Xixi nas estrelas” e “Lindo balão Azul”. Gostosa de ouvir! Estrelas, a seguinte, traz uma letra apaixonada e um teclado com certa melancolia e me pergunto por que Arantes não explorou mais seu lado baladeiro tão bem quanto neste disco em trabalhos posteriores. Sua performance vocal é marcante nesta faixa. Biônica fecha o álbum num clima de festa, agradável música pop para as rádios, mas que não chegou a figurar entre suas canções mais conhecidas.

Depois do sucesso impactante no MPB Shell de 80 com “Planeta Água”, o single “Deixa chover” (de 1981 e minha música pop preferida de seu repertório) e dois bons álbuns em 82 e 83 , a carreira de Arantes entrou numa divisão inusitada. Ele começou a tocar feito água nas rádios com o álbum “Despertar” (do hit “Cheia de charme” de 1985), manteve o hábito de figurar suas canções entre os temas de novelas ao longo dos anos 80... mas sua música ficou – em minha opinião – mais fria. Digo fria em relação ao uso de sintetizadores e outros bichos em seu som. Ele trocou as letras mais sociais por temas românticos, muitas vezes até sendo tachado de brega por muitos, o que fez com que houvesse uma retração de seu antigo público – como eu. Seu som ficou mais cheio, sem perder a qualidade, porém... Que saudade do pianista solitário a entoar suas angústias! Mas a vida muda, os músicos absorvem as tecnologias, o mercado vai em outra direção e – vale a pena lembrar – todos os medalhões da MPB tiveram uma queda em vendagens e sucesso a partir dos anos que marcaram o rock Brasil como uma nova força em nossa mídia musical.

Guilherme Arantes certamente lançou álbuns de destaque em todas as décadas (o belo “New Classical Piano Solos” de 2000, “Pão” de 1990), etc. que podem não ter a força de seus primeiros trabalhos ou do consagrado “Despertar”, porém, recentemente descoberto por alguns artistas da nova geração, sua herança musical se perpetua. Eu agradeço a Guilherme a quem uma vez gritei “mestre!” em um show no extinto Canecão e fui respondido com uma breve explanação do porquê Arantes gostava tanto de casas intimistas...Então, valeu mestre!
Crédito das fotos: 1- acervo próprio, 2- Internet, 3- GA fã clube: facebook.com/guilhermearantesfc.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Títulos de minha coleção.

Acompanhe nesta publicação todos os meus títulos. O meu catálogo está sendo construído de a poucos no site da Discogs: https://www.discogs.com/user/alvaroasc/collection
 
Pode perguntar o que desejar saber. 
Esta coleção consiste basicamente de material da MPB (artistas e Rock Brasil) e de bandas dos anos 80, que são as que mais gosto. Hoje em dia a coleção está um tanto eclética! 

Saudações a todos.




segunda-feira, 5 de outubro de 2015

LISBOA - garimpando em terras lusitanas.


                Por ocasião de minha visita à capital portuguesa, pude constatar o quão rica de lojas é Lisboa. Eu já havia programado umas compras e, inclusive, reservado uns discos por lá em algumas lojas por email. Mas o que vi foi acima da expectativa...segue algumas observações minhas e fotos nas lojas.
Louie Louie:  Começo falando desta charmosa loja, numa rua estreita do bairro chamado Baixa Chiado – colada na estação do metrô.  Organizada, com sofás, aparelho para audição de vinis, barzinho para clientes! O Jorge Dias, dono do local, para minha surpresa havia realmente separado todos os itens que havíamos conversado por email.  Me poupou tempo, pois turista não dispõe disto normalmente quando está numa cidade no exterior e quer aproveitar tudo e muito rápido. Apesar disto, pude vasculhar outros itens na seção anos 80 – meu foco – e adquiri finalmente  alguns sonhos de consumo como a edição especial dupla do disco "The cost of loving"do Style Council e "Rage in Eden" do Ultravox. Recomendo esta loja pelos ótimos preços e numa área da cidade que é conhecida pela boemia, com barzinhos e ótimos lugares para ,inclusive, assistir a shows.
(http://www.louielouie.biz)
Discolecção: Esta loja é menor, fica numa ruela chamada Calçada do Duque ao lado do largo da Igreja de São Roque – a duas quadras do metrô Baixa Chiado. A loja é decorada com vários posters interessantes de época. O Victor é um sujeito muito bacana e me informou que a variedade não era muita por conta de estarmos fora do verão. Porém, a loja possui muita oferta e acabei por levar um do Dead can dance ("The serpent´s egg") que, creio, somente saiu no Brasil em cd. A loja tem muita visitação apesar de ser pequena e conta tb com alguns saldos que não tive como olhar com calma. Recomendada com certeza. Não possuem site. 
Garimpo na loja Discolecção, Lisboa
Sound Club store: Na Rua da Misericórdia e a cerca de uma quadra do Discolecção, encontramos numa galeria luxuosa esta loja com muita coisa em 12 polegadas (singles), compactos, artigos dos Beatles e vários gêneros. O preço não é tão convidativo, mas a loja prima pelo cuidado com seus itens. Acabei por levar apenas um também: ("Archictecture & morality" do OMD (Orchestra Manoeuvres in the Dark) com seu super-hit “Souvenir” de 1981. No segundo piso itens de world-music e DJ´s que preferi não conhecer. Eles não possuem site, apenas Facebook.
Garimpo na loja Sound Club Store, Lisboa 
 
Carbono: Esta é A loja se você quer comprar usados a preços convidativos e, creia-me, em estado de zero. Nem conto quantos LPs levei desta loja...apenas cito dois que buscava há tempos com preço justo - "In the flat field" do Bauhaus e um instrumental do Felt. A seção de usados é tão farta que você precisa de mais de 1 ½ para verificar e se perder em todas as ofertas. Haja money... A loja está organizada em estilos e a seção anos 80 é bem variada. Outros grupos – como U2, Pink Floyd, Led Zeppelin, etc, contam com seções em separado. A loja possui ademais picture discs (que não sei se estavam à venda), novidades em relançamentos 180 gramas, camisetas...é bastante ampla. Não consegui descontos, mas valeu pelo que pude adquirir em importados baratos (coisa de leve 5, pague 4). Estive duas vezes lá e não consegui visualizar tudo o que queria! A Carbono fica numa rua transversal à lindíssima Avenida da Liberdade – metrô Avenida ou Restauradores.(www.carbono.com.pt)

 
 
 
Garimpo na loja Carbono, Lisboa

Atenção: as lojas em Lisboa abrem tarde. Portanto, o melhor horário para garimpar é a partir de 13:00 hs. Recomendo a visita nestas 4 lojas e deixo a direção do mapa da mina no site abaixo. Valeu pessoal!
http://www.lisbonrecordshops.com 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

I & II - The Mission (singles, 1986).


Nos idos de 1988...
Esperei mais de 25 anos para encontrar em sebos ou feiras estes dois primeiros singles da banda. À época em que foram lançados receberam repercussão apenas da Fluminense (“Maldita”) FM, a qual tocava os b-sides e alternativos do rock inglês para uma legião de ouvintes fiéis. Gravei estas músicas copiando do k7 de uma amiga. E bem lembro que cheguei a fazer a capinha da fita utilizando uma foto da extinta revista BIZZ...bons tempos. O The Mission, pra quem não sabe, é fruto do racha nos Sisters of Mercy e seguia a linha gótica, com vocais guturais, temas densos e visual dark.

O show no Brasil...

A apresentação da banda de Leeds, Inglaterra, no Canecão (RJ) me lembro bem. Eles estavam na turnê da divulgação do “Children”, seu segundo LP, buscando atingir o público norte-americano (realizaram extensa turnê por lá) e passaram aqui na América do Sul também. Show abarrotado, porém consegui ficar com amigos bem lá na frente do palco. A banda deu a impressão de entrar “chapada”, mas fez um grande show, com todos os hits da época. Em certa hora, atiraram um morcego de pelúcia no palco (!), que foi bem recebido por Wayne Hussey e compartilhado com toda a banda. Uma amiga minha levou flores - entregues ao final do concerto ao vocalista. Enfim, um show inesquecível. Pude inclusive, no dia seguinte – e com informações quentes vindas de contatos – comparecer no Pão de Açúcar para esperar a banda descer do passeio no morro e angariar autógrafos de 3 integrantes. O baixista Craig Adams, muito arredio, saiu de fininho e ficou de fora.  Pena que à época, não tínhamos celular...

Os singles:

THE MISSION I – may 1986 UK Chapter 22 label 3-track 12 single: SERPENTS KISS / NAKED AND SAVAGE/ WAKE;  catalog number CHAP6/7.


THE MISSION II – july 1986 UK Chapter 22 label 4-track 12 single: LIKE A HURRICANE / GARDEN OF DELIGHT / OVER THE HILLS AND FAR AWAY / THE CRYSTAL OCEAN; catalog number
12CHAP7.

O “I” traz a melhor música da banda, “SERPENTS KISS”, a bela e sensual  “NAKED AND SAVAGE” e a climática “WAKE”, que parece ter saída de um conto infantil macabro... Creio apenas “NAKED...” não tenha sido tocada ao vivo. Este single chegou à posição 12 nas paradas independentes. O “II” traz a versão para  LIKE A HURRICANE de Neil Young, muito classuda e com a timbragem bonita de guitarras que o The Mission sempre utilizou. No mesmo clima rock´n´roll tem “OVER THE HILLS AND FAR AWAY”. Já “GARDEN OF DELIGHT” é mais sensual e “CRYSTAL OCEAN” fecha o trabalho com bela harmonia. GARDEN OF DELIGHT” ostentou por 2 semanas o topo da parada independente britânica em 86.
Estes são raríssimos por aqui. Single é algo que não tem reedição em 180 gramas, não tem em cd, não tem um grande número circulando no mercado –como os LPs - ,então é raro mesmo. Ainda por cima trazendo ilustrações bonitas de Sandy Ball nas capas, que perduraram até o single IV da banda e marcaram o lado visual  deles tanto quanto Derek Riggs marcou o Iron Maiden. Que o diga o palco utilizado na turnê britânica do primeiro LP da banda.

As timbragens, somadas à  voz inconfundível de Hussey e a afinada cozinha – característica de muitas bandas britânicas dos anos 80 – fazem uma mistura única que certamente encantou muita gente. Depois a banda meio que abandonou o lado gótico que predominou até o “God´s own medicine” (foto 3) e passou a investir – como já citei – no mercado dos EUA e em músicas no formato pop. Emplacaram mais hits, como a belíssima “Butterfly on a wheel” ou "Hands Across the Ocean" mas já tinham deixado o lado dark de lado. É isso aí, pessoal. Vale a pena conhecer o LP “The first chapter” que traz a maioria destas canções aí. Porém, eu prefiro o charme dos singles...
Foto 1 - LP "God´s own medicine"- crédito: acervo de Gilber de Oliveira Pontes (grupo Facebook Vinil e LP´s colecionadores).
 





 

 






 










 



segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Hatfull of hollow - The Smiths (1984).


Eles foram a melhor e mais popular banda Pop inglesa desde Beatles/Stones/Who. Foram responsáveis também pela retomada das guitarras numa época em que bandas "posers" assolavam as rádios. Foram os responsáveis pela parceria mais original e prolífica desde Lennon/McCartney. Foram os responsáveis pelo nascimento de uma legião de fãs fiel, tocados pela beleza das texturas sonoras, pelo conteúdo das letras e pela entrega no palco. Poucos vocalistas se sentiram tão à vontade para falar de temas principalmente emocionais/existencialistas como Morrissey... 

O mundo Pop está até hoje à espera do surgimento de outro talento e genialidade como o de Johnny Marr... De sua simplicidade musical a seu distinto conceito de mídia (como as ilustrações de capas, o lançamento de singles diversos, a postura de não realizar video clips no formato padrão,etc.), a banda introduziu em grande estilo seu nome na galeria dos maiores nomes do Rock em todos os tempos. Eles foram a mais original banda das Ilhas nos anos oitenta, e para sempre continuarão sendo porta-vozes dos sonhos, das opiniões e dos sentimentos de milhares de pessoas no mundo todo. Os Smiths foram grandes porque falaram a linguagem que o ser humano mais entende: a das emoções.

Este é o álbum que melhor retrata o rock inglês dos anos oitenta. Também o melhor álbum dos Smiths. Recheado de algumas gravações contidas no primeiro álbum da banda, como "Reel around the fountain" ou "What difference does it make" e outras realizadas em sessões com o legendário radialista John Peel, o trabalho traduz tudo o que o grupo soube dar à música Pop e àos fãs: de situações caricatas presentes no cotidiano das relações humanas ("Girl afraid" - espécie de música símbolo da banda, tema por muitos anos do programa juvenil televisivo "Realce"), à conotações homossexuais ("Handsome devil"). De insatisfações político-sociais com o governo de Meg Tatcher ("Still ill"), ao rolo-compressor existencialista "How soon is now", considerada por muitos como a verdade-mor de sua carreira. E como não falar da criatividade musical do fenômeno Johnny Marr ("William it was really nothing"), a guitarra mais original do reino unido nos anos 80? Mas este disco se caracteriza por três canções simples, diretas e algo deprimidas, próprias da personalidade de Morrissey e da sensibilidade de Marr: "Back to the old house", "Please please please let me get what I want" e "This night has opened my eyes". Se só tivessem lançado este álbum, já teriam escrito seu nome na galeria dos grandes do Rock inglês e deixadas registradas as verdades de muitos de nós em pérolas musicais...

Eu particularmente não possuo a versão em vinil deste disco, mas agradeço aos colegas de Facebook pelo pronto envio das fotos ilustrativas desta postagem. Valeu pela contribuição!

crédito das fotos: 1. acervo de Edgar Soares (grupo Facebook "Vinil e LP´s colecionadores"); 2. acervo de Ricardo Santos (grupo Facebook "Vinil e LP´s colecionadores").

terça-feira, 7 de julho de 2015

Feira Carioca de vinil no salão do Bola Preta, RJ - 12 de julho.

Nesta eu cheguei e saí mais cedo, porém, pude apreciar alguns fatos que merecem destaque:

=> Esta estava mais interessante do que a última de dezembro/2014 e achei que havia mais gente prestigiando;
=> Água mineral a R$ 5,00 a garrafinha? Nem dando LP de graça! - fica a dica para os próximos eventos. Não paguei e acho absurdo cobrarem este preço;
=> Se notou alguns lojistas fazendo promoções superinteressantes de compactos - eu mesmo levei dois raros. Isto é muito bom, pois às vezes não se quer levar o LP por causa de uma única música. Havia uns 3 lotes a R$ 10,00 reais muito bom - mas não sei informar qual foi o lojista que tomou esta iniciativa...;
=> Muito lojista fala que tem bom preço, que isso, que aquilo, mas LP de rock que é bom e todo mundo procura, continua inflacionado! Compacto do Floyd nacional a R$ 40,00 é brincadeira. Nem em loja custa isso. Encontrei mais de uma banca cujos lojistas estão há umas 3 feiras com um lote enorme contendo os MESMOS Lps - e depois se escuta que a feira não foi muito boa, etc. Por que será? Porque está na hora de parar de querer cobrar LP nacional tipo Iron Maiden ou Stones a R$ 50,00 / R$ 60,00 os quais se encontram em qualquer esquina de rua. A maioria dos consumidores está bem informada sobre preços e não se dispõe a pagar o que se pede. Fica a dica: LP nacional mais fácil? Uns R$ 30,00 tá bom preço. Importado? Aí sim, vai depender.


Bem, eu consegui LPs em estado de novo nesta feira e listo a seguir os itens...tudo me saiu por menos de R$ 100,00. Saudações e espero que os vendedores se conscientizem de que ainda há muito LP circulando por aí e a galera não está de bobeira na avaliação, não. Antena ligada, gente!
  • Gonzaguinha (Da vida);
  • Simone (Ao vivo no Canecão, 79);
  • Egberto Gismonti (Corações futuristas);
  • Geraldo Vandré (coletânea);
  • The Cure (Standing on a beach - the singles. Importado francês);
  • Bee Gees (2 years on. Importado americano);
além de 2 compactos já citados acima.

Saudações.

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Aos amantes do vinil, mais uma chance para conseguir aquele disco esperado: mais uma vez o Cordão do Bola Preta abre suas portas para abrigar uma feira de vinil. Vai ser neste domingo, 12 de julho das 10:00 hs - tome café reforçado! - às 20:00 hs.

 
Entre os expositores, estarão alguns de São Paulo (que creio não estiveram no Bennet em junho), a Mara Records, o Jerry do Lavradio, o Júnior discos da Pça. Tiradentes, entre vários outros.
Prestigie mais esse evento que somente reforça o domínio atual da mídia no cenário musical. Saudações a todos!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Projeto "O Som do vinil" da Editora Íma Editorial - entrevistas de Charles Gavin.

A editora Íma Editorial lançou recentemente uma coletânea de 4 livros do projeto "Som do Vinil", que reúne em livro e também em um site na internet (www.osomdovinil.org) entrevistas completas realizadas por Charles Gavin para o programa Som do Vinil, do Canal Brasil. Charles é um entrevistador que deixa falar - ao contrário de muitos que querem aparecer mais que o entrevistado - e, com isso, extrai o máximo de cada artista. Muito interessante a exposição de como começou o projeto, as razões de Gavin para iniciar este "movimento" e um pouco de seu passado antes de entrar nos Titãs. 


4 livros já foram lançados contendo material das entrevistas dos seguintes discos:
  • "Clube da Esquina" - Milton Nascimento & Lô Borges;
  • "Quem é Quem" - João Donato;
  • "Academia de Danças" - Egberto Gismonti;
  • "Nervos de Aço" - Paulinho da Viola.



O link para contato e aquisição dos livros é o seguinte: http://imaeditorial.com/ima3/somdovinil/.

As edições estão caprichadas e contém material do que não foi ao ar no programa, ou seja, a íntegra das entrevistas. Quem é aficionado por uma boa leitura e pela MPB não pode perder esta! Encomende já a coleção ou exemplares individuais pelo site. Meu agradecimento especial ao Jackson que me proporcionou esta ponte com o projeto dos livros. Boa leitura e saudações!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Lovinyl discos (Record Store) - loja do Centro, RJ.

Estive na inauguração da loja no dia 1 de junho - segunda-feira. Os responsáveis são o Wagner e o Willes. O primeiro organiza a feira de discos do Cordão do Bola Preta, que teve sua última edição em dezembro de 2014. Fui recebido - e muito bem- pelo Wagner.

 
 
A loja não possui muitos artigos importados, contando, porém, com muito material de MPB, Blues, Jazz e rock anos 70 e 80. Sem contar os compactos. Preços dentro da média ou até mesmo com preço bem camarada. Levei este da trilha sonora de Blade Runner em estado de novo por R$ 20,00. Gostei do ambiente, que fica na Rua das Marrecas, 48 / 301 perto dos Arcos da lapa. Apareçam e prestigiem este espaço a mais para os vinil-maníacos. Saudações.
 
  
 
 
 
 


quinta-feira, 4 de junho de 2015

Ghost in the machine - The Police (1981).

Sucesso absoluto do grupo, seu quarto álbum (de 1981) teve 3 singles estrondosos, foi número um em diversos países - incluindo a Inglaterra - número dois nos USA e vendeu somente neste mais de 3 milhões de cópias. É incluído igualmente na lista de melhores álbuns de todos os tempos em algumas listas.
A curiosa capa em gráfico digital (por Mick Haggerty) foi escolhida porque a banda acabou não se decidindo por uma foto. Mostra os três integrantes com a parte de cima do símbolo representando seus cortes de cabelo! Curiosamente foi classificada entre as 50 melhores capas numa lista da VH1. O conceito do álbum foi inspirado em obra de mesmo nome do autor Arthur Koestler, o qual também inspiraria posteriormente o álbum "Synchronicity", de 1983.


Foi o primeiro álbum em que a banda usou fortemente teclados e sopros. Já evidenciava um distanciamento de seus membros, pelo sentimento de perda de ação como power-trio nos arranjos em detrimento do uso excessivo de teclados ou mesmo letras descartadas em favor das idéias de Sting.

Enquanto que o lado um traz os arrasa-quarteirões do disco (excetuando-se "Demolition man", a mais fraca do disco), o lado dois é curioso. As 3 primeiras são pra cima, sendo as 3 últimas algo sombrias, voltando ao clima musical do começo do disco. "Rehumanize yourself" tem harmonia composta por Copeland - sendo que o mesmo instrumental iria aparecer depois na trilha de "Rumble fish" de Coppola, em 1983 (com outro nome). "One world" e "Secret journey" trazem as levadas reggae irresistíveis da banda: os pedais saltados de Summers, as linhas de baixo criativas de Sting e a afinação inconfundível da bateria de Copeland. "Darkness" fecha o disco de maneira lamuriosa, com um teclado muito marcante.


Outras curiosidades: o clipe de "Invisible Sun" (minha preferida) foi banido da rede BBC por conter imagens do conflito armado na Irlanda do Norte, enquanto que as gravações iniciais de "Every Little Thing She Does Is Magic" estouraram o orçamento que a banda tinha à época, pois o equipamento disponível em estúdio não foi suficiente para finalizar a gravação desta canção. Um discaço. Para mim o melhor da banda, superando inclusive seu multi-aclamado último álbum. Boa audição.
    
lado A:
1. "Spirits in the Material World"                    
2. "Every Little Thing She Does Is Magic"            
3. "Invisible Sun"                                    
4. "Hungry for You (J'aurais toujours faim de toi)"  
5. "Demolition Man"                                   

lado B:
6. "Too Much Information"    
7. "Rehumanize Yourself"     
8. "One World (Not Three)"   
9. "Omegaman"               
10. "Secret Journey"        
11. "Darkness"              

quinta-feira, 28 de maio de 2015

XIV Feira de vinil do Instituto Bennet, RJ - 14 de junho.

Pois é. A melhor feira do Rio teve lugar no já tradicional Instituto Bennet num dia fabuloso de sol outonal na cidade, praticamente ocupando o domingo inteiro para delírio dos compradores. Ótimo ambiente, com tudo encima - lanchonete, banheiros e organização 10!


Os expositores conhecidos - Zoyd, Locomotiva, Zico & Chico, Zoeira (SP) e outros paulistanos atraídos pelo sucesso da feira compareceram. As já tradicionais lojas cariocas Tropicália Discos, Mara Records e Lovinyl obviamente marcaram presença. A feira "bombou" como já era esperado, com ofertas para todos os gostos e preços diversos.
  

Particularmente foi a melhor feira para mim. Levei os seguintes itens para minha coleção - que vem crescendo mês a mês. E o melhor, paguei preços justos por todos: 
  • Echo & the Bunnymen (Songs to learn and sing, nacional) - impecável;
  • Siouxie & the Banshees (Once Upon A Time / The Singles, nacional) - impecável;
  • Nirvana (Nevermind, importado) - reedição com as letras e vinil vermelho!;
  • Deodato (Prelude) - edição de 1973;
  • Zé Ramalho (A peleja do diabo contra o dono do céu) - completo, impecável;
  • Pink Floyd (The dark side of the moon, nacional) - em ótimo estado e barato, o que é difícil;
  • Pink Floyd (Meddle) - edição americana impecável; 
  • U2 (Boy, nacional) - impecável e ainda veio um pôster da banda que saiu na BIZZ de 1985!;  


 Já deixa saudades e aguardamos pela próxima a ocorrer no segundo semestre. Bye!