domingo, 7 de agosto de 2016

Cinco álbuns fundamentais(2): Here at last...BEE GEES...live - Bee Gees (1977).

[post em: 21/JUL/16]
Este é mais um tributo meu a uma das bandas que contribuiu para meu gosto e opção musical ao longo dos anos. Um dos 5 álbuns fundamentais da minha existência também. O trio vocal mais famoso de todos os tempos, os irmãos Gibb. Este disco foi escolhido porque, além de servir como um resumo da primeira fase da banda, foi o único registro musical que tive nos 3 formatos: k7, vinil e optei por ficar com o atual em cd. Os Bee Gees foram meus primeiros professores, eu diria.
                

                Ao contrário de álbuns ao vivo em que o público nem mesmo é captado com clareza e se tem a impressão de se estar escutando um disco de estúdio comum – como no caso do “Arena” do Duran Duran – este é quente, bem mixado, e o burburinho está lá para se sentir parte do show.

                A banda já estava no caminho sem volta do rhythm´n´blues  desde o “Main course” de 1975 (para mim o melhor deles) e em 1976 consolidou esta opção com “Children of the world”. Partiram para uma turnê e deixaram este registro impecável gravado em Los Angeles em 20 de dezembro de 1976. Na verdade, se poderia escrever sobre todas as faixas mas resolvi dar um highlight nos grandes momentos deste disco duplo.



                Disco 1: A abertura de “I´ve gotta get a message to you” com metais traz o público numa explosão receptiva que contagia, enquanto Robin entoa os primeiros versos. Esta canção não é das preferidas do público, mas funciona muito ao vivo devido a seu arranjo que traz elementos como o country, por exemplo. “Love so right” é minha balada predileta e o público feminino vem abaixo com o falsete de Barry, sua marca registrada. É uma versão que – creio – nunca conseguiram igualar, pois o arranjo de vozes do fim da canção – com Maurice (não tenho certeza) pontuando os trinados de Barry já vale o disco. Prestem atenção. Maravilha.  “Come on over” traz Robin transformando uma música balada country normal num crescendo com sua voz distinta. Muito superior à versão em estúdio. Olivia Newton John creio já a havia gravado também, mas não há como comparar. Virando o lado (rs) temos o meddley anunciado por Barry que passou a fazer parte de todos os shows dos irmãos – trazendo o material pop- romântico deles de sua fase pré-balanço. Já vale o disco (de novo) com destaque para o impecável arranjo vocal da sinistra “New York mining disaster  1941” e o hino de Robin “I started a joke”. Depis do meddley, este set fecha com chave de ouro com a mulherada caindo de prantos com o falsete de Barry que marcou pra sempre a linda “How can you mend a broken heart”. Esta desde já um dos pontos altos de shows do trio.

Disco 2: O lado 3 é o mais “fraco” dos 3, com ênfase no balanço em 3 músicas da fase mais moderna do trio e fechando com o grande momento de Barry – “Words”, outra que não pode faltar nunca.  O último lado é poderoso, com destaque para a banda de apoio e traz os dois principais hits do já citado álbum de 1975. “Wind of change” traz um falsete de outro mundo (!) de Maurice – que sabia como ninguém pontuar o que os outros dois faziam nos vocais principais – e os metais pegando fogo. A minha canção pop preferida deles vem em seguida. “Nights on Broadway”  traz uma mensagem da noite, das ruas, de vivência. Já era poderosa em estúdio e ficou ainda mais aqui. Há espaço para os três brilharem e merece atenção redobrada. Notem como Barry muda de entonação vocal como somente um mestre é capaz de fazer. Robin entra na “bridge” antes do refrão com uma afinação impecável e Maurice tem o seu ponto alto do show com um falsete que começa terminando os versos de cada refrão até explodir numa estridência típica deles lá pelo final. Uma apoteose. A triste mas linda balada “Lonely days” fecha o disco com o bye-bye da banda e a sensação de que esta turnê foi – pelo menos nos arranjos – a melhor da história da banda.


Há vasto material do trio na Internet e não quero discorrer muito. Apenas a citação de que, depois dos Beatles, foram a única banda com 3 músicas no top five dos Estados Unidos no final dos anos 70, ajudaram a estabelecer a onda disco sem nunca perder as raízes pop e country, flertaram com o rhythm´n´blues e marcaram gerações.  Compre para ontem se for escolher apenas um item da discografia da banda. Saudações.


crédito das fotos: A. Andrady.

ENGLISH VERSION

This is another tribute to one of the bands that contributed to my taste and musical option over the years. One of the 5 albums of my existence, too. The most famous vocal trio of all time, the brothers Gibb. This album was chosen because, in addition to serve as a summary of the first phase of the band, was the only musical registry I got in 3 formats: k7, vinyl and I chose to stay with the cd format. They were my first teachers, I'd say.

Unlike live albums which the audience is not captured with clarity and you have the impression to be listening to a common studio work – as in the case of "Arena" by Duran Duran – this is hot, well mixed, and the buzz is there to make you feel part of the show. 

The band was already on the path of no return by choosing rhythm´ n´ blues since the "Main course" of 1975 (for me the best one) and in 1976 consolidated this option with "Children of the world". They went on tour and left this impeccable record registered in Los Angeles in December 20, 1976. In fact, one could write about all the tracks but I decided to give a highlight on the big moments of the double disc. 

Disc 1: the opening  "I've gotta get a message  to you with horns brings the audience in a contagious explosion, while Robin sings the opening lines. This song never was a public's favorite, but it works very well live due to its arrangement that brings such elements as country, for example. Next "Love so right" is my favorite ballad and the female audience went mad with Barry´s falsetto, his trademark. Is a version that – I believe – they never equaled again live because of that voice arrangement here. Maurice (not sure) punctuates the trills of Barry making the record worths the price. Pay attention. Wonderfull.  "Come on over" features Robin transforming a normal country ballad music into something big with its distinctive voice. Far superior to the studio version. Olivia Newton John I believe already had recorded that tune, but there's no way to compare. Turning the side (rs) we have the meddley announced by Barry that became part of every show of the brothers – bringing them pop material throughout their earlier phase to the stage. Worth the price (again) with the impeccable vocal arrangement of the sinister "New York mining disaster 1941" and Robin´s anthem "I started a joke". After medley is gone, this set closes with a golden key with the chicks in tears with Barry´s falsetto which  marked forever the beautiful "How can you mend a broken heart". This already shows one of the high points of the trio.

Disc 2: the side 3 is the less interesting, with emphasis on disco sounds in 3 songs and closing with the great moment of Barry -"Words" (another that cannot be out of their gigs).  The last side is powerful, especially the work of the backing band and shows  the two main tracks of the aforementioned album of 1975. "Wind of change" brings a falsetto (from another world!) by Maurice – who knew well how to punctuate what the other two did in lead vocals - and the horns & brass on fire. My favorite pop song of them comes next. "Nights on Broadway" brings a message of the night, the streets and of human experience. That track was already powerful in studio and became even more here. There's room for the three musketeers shine and deserves attention. Notice how Barry changes his vocal intonation as only a master can do. Robin enters the bridge with an impeccable tuning and Maurice has its high vocal point of the show with a modulation in falsetto that starts by the ending of the verses until he explodes in a typical stridency.  An apotheosis. The sad but beautiful ballad "Lonely days" closes the disc with the bye-bye and the feeling that this tour was – at least in the arrangements – the best in the band's history. 

There are vast material of the trio on the Internet and I don't want to talk much. Only quote that, after the Beatles, they were the only band with 3 songs in the top five in the United States at the end of the 70´s, help to stablish the wave disco era without ever losing the roots in pop and country, flirted with the rhythm n blues ´ and scarred generations.  Buy this item if you choose just one of their discography. Greetings.

photo credits: A. Andrady.

4 comentários:

  1. E deixaram Staying Alive de fora do show? Alguns fãs devem ter sofrido com isso...
    Em termos de falsete na música pop é realmente difícil superar esse trio.

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  2. O que ocorre, Alexandre, é que esta turnê foi de 77..."Os embalos..." só vieram no ano seguinte, ou seja, é um trabalho posterior deles. Valeu a visita!

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  3. Esta turnê foi no final do ano de 1976. As canções do álbum Saturday Night Fever, foram executadas ao vivo pela primeira vez na turnê Spirits Having Flown, que foi realizada em 1979.
    Existe o áudio deste mesmo album ao vivo, Here At Last, porém sem a edição e mixagem de pós produçao realizada em 1977. O áudio puro e cru, vindo direto da mesa de som e do programa de rádio que transmitiu o show ao vivo na época é ainda melhor.
    Muito boa as suas ponderações sobre este marco da carreira dos Bee Gees.
    Veja o novo album solo de Barry Gibb, que com o seus quase 70 anos, lança agora em 07/10/2016, o trabalho solo IN THE NOW.

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  4. Nilton, sou grato pelas observações, pela dica e pela sua visita. Volte sempre ao blog...saudações!

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